quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Escrever É Especular

Essa semana um professor de literatura me falou que qualquer um que escreva sobre o futuro sôa ridiculo. Também disse que se ele fosse escrever algo, retrataria o passado ou o presente. No momento não tive oportunidade de falar, mas particularmente isso me pareceu ridiculo.
A justificativa era que podemos retratar o passado e o presente pois conhecemos suas caracteristicas e modo de funcionar, enquanto retratar o futuro é pura especulação que inevitavelemnte anos depois, quando as previsões se mostrassem erradas, pareceria piada.

Antes de entrar no merito de Sci-Fi (ficção cientifica e futurismo), do qual falarei em outra oportunidade, ser ou não ridiculo, me foco no que o professor disse sobre escrever falando do passado.

Muita ingenuidade achar que podemos escrever sobre o que já foi. Digo, é quase tão especulativo quanto falar do futuro.
Quem estuda historia pode confirmar o que vou dizer: Não temos como saber o que se passava na mente das pessoas, suas motivações, seus sonhos e sua noção de realidade sem termsos vivido o mesmo.
O principio basico da historia é que tudo que sabemos dela é especulação com base nos fraguementos que temos, tanto que ela nem pode ser realmente chamada de ciencia.
Já ao falar do futuro, usamos os padrões conhecidos e as tendencias atuais para especular. Não é muito diferente.
Fundamental dizer que, retratar uam realidade que não é a nossa, nunca será realista. Por isso a declaração do professor a mim caiu como boba. Que pretenção ele pode ter de falar do passado sendo que menospreza a fala sobre o futuro?

E mesmo para falar do presente, mesmo situando seu prosa no contemporaneo, também normalmente caimos na especulação. Será que alguem pode falar da realisade de outro povo ou grupo? Alguem de berço rico pode querer ser a voz de quem passa fome? É especulação também.

Não quero dizer que não faz sentido escrever sobre qualquer coisa que não a sua vida. Só quero dizer que desqualificar uma obra por falar de algo do qual o autor não tem conhecimento pleno é muito ingenuo.